A história da Lumos começa em 2015, com o olhar atento de uma pediatra para o que acontece na vida familiar após o parto. Ao longo de anos de trabalho em consultório pediátrico, a médica Vânia Gato Medeiros – idealizadora e criadora da Lumos – percebeu que muitas mães se sentiam isoladas e solitárias em casa durante os primeiros meses de vida do bebê, em processos que, por vezes, beiravam a depressão. Reparou também que o desenvolvimento dos bebês (físico, motor, cognitivo e emocional) estava ligado à qualidade do puerpério vivido por suas mães – e também pais e outros adultos com os quais os bebês formavam vínculos.

Dessa observação surgiu a vontade de estimular e levar à frente um trabalho de profunda ressignificação do puerpério. Começou de maneira simples: a pediatra teve a ideia de reunir suas pacientes em encontros presenciais e em grupos de WhatsApp para apresentá-las umas às outras. Em pouco tempo, elas perceberam que não estavam sozinhas. Nesse espaço entre iguais, passaram a somar relatos, trocar conhecimentos, fazer questionamentos, enfim, expor seus anseios e encontrar alívio num movimento que envolvia não apenas mães e bebês, mas famílias como um todo.

Nascia ali, junto com as novas famílias, também uma nova maneira de vivenciar essa fase de forma mais saudável, com acolhimento e escuta atenta para suas experiências.
Esse movimento, que inicialmente acontecia em reuniões presenciais organizadas pelos próprios pacientes (pais e mães), em suas casas ou em espaços públicos, além de virtualmente em grupos de WhatsApp, passou a contar com uma sede física a partir da inauguração da Lumos, em 3 de outubro de 2016.

Essa casa acolhedora e carinhosamente preparada para acolher as famílias, no bairro do Sumaré, em São Paulo, foi o local onde boa parte da movimentação aconteceu, gerando pequenas e grandes revoluções na vida de mães, pais e bebês que, de maneira ativa e propositiva, vêm contribuindo para a consolidação e a expansão deste novo olhar para os primeiros anos do bebê e sua família.

Com a pandemia em 2020, todos os grupos, cursos e oficinas presenciais foram mantidos no ambiente online, possibilitando novas formas de conexão entre famílias e profissionais da Lumos.

Assim, a Lumos ganhou o mundo, encurtou distâncias e ampliou horizontes. No campo presencial, encerramos nosso ciclo na casa e ampliamos o atendimento para diversas regiões de São Paulo e outros estados. Agora mais famílias podem ser atendidas por um profissional da Lumos em sua cidade ou mais perto da sua casa.

Venha participar desse novo ciclo que se inicia. Continuamos juntos!


PEDIATRIA NA LUMOS:

O ano de 2014 foi um marco na vida e na carreira de pediatra Vânia Gato Medeiros, idealizadora e criadora da Lumos. Foi quando ela passou a integrar equipes humanizadas de assistência ao parto e criou o perfil SOS Pediatra, no Instagram, que em pouco tempo reuniu milhares de seguidores. Quando tudo isso aconteceu, ela já atendia em consultório particular e havia trabalhado em UTI neonatal, sala de parto e alojamento conjunto em hospitais públicos e privados de São Paulo.

No ano seguinte, ancorada em sua facilidade de aproximar pessoas e tecer relações, colocou em prática a ideia de reunir mães de bebês de mesma faixa etária em grupos para troca de experiências. Deu muito certo. E ela não parou mais! Desde então, ela vem se movimentando nesse sentido e gerando revoluções diárias na vida de mulheres recém-renascidas (sim, quando nasce um filho, quase nada resta do que fomos um dia).

Para além de criar grupos de WhatsApp para reunir mães solitárias, o que ela faz de realmente revolucionário é cuidar da saúde dos bebês cuidando também da saúde das mães – e famílias. Ao promover o encontro dessas mulheres, ela cria condições para que sejam mães saudáveis, ativas, engajadas, que têm voz, que se unem a outras mães e se fortalecem para cuidar de suas crias. Ou seja, oferece um lugar seguro para que, em meio a tantas vozes e julgamentos externos, essas mães possam falar sem medo sobre tudo aquilo que costuma ficar restrito às quatro paredes do puerpério.

Nascida em Belém (PA), em 1984, Vânia Gato Medeiros cursou medicina na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mudou-se para São Paulo em 2008 para fazer residência médica de pediatria na Santa Casa de São Paulo. É especialista em pediatria e neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria e consultora internacional de aleitamento pelo IBCLC. Apaixonada por livros e literatura, publicou seu primeiro livro Mato, chiclete e asfalto em 2007. Antes de escolher a medicina, pensou em ser jornalista. Quando jovem, dedicou-se ao balé e ao piano, que continua tocando até hoje. Como boa ariana, está sempre abrindo caminhos, entre eles alguns inusitados, como o Tindotetê, bloco de Carnaval que reúne famílias com bebês, do qual é uma das fundadoras.

Nada convencionais, suas iniciativas são recebidas com alegria e entusiasmo pelas famílias. E, assim, lado a lado, de mãos dadas, mães, pais e pediatra vão abrindo caminhos que levam à saúde física e emocional das crianças.

A hora dourada é a primeira hora de vida do recém-nascido. É o momento em que tudo começa, o abrir dos olhos, as primeiras sensações, tudo novo.

O bebê já não é mais feto, a gestante já é puérpera, tudo muda de lugar. Para essa transição acontecer de forma tranquila e respeitosa, o melhor lugar para o bebê estar é no colo da então puérpera, em contato pele a pele. É lá que o bebê aprende o “tom” aqui de fora: temperatura, respiração, batimentos cardíacos e mesmo a glicemia. Siga a mestra, aqui fora é assim. Qualquer profissional na cena do parto pode ser responsável por viabilizar esse momento, mas sabemos que as enfermeiras são as mais envolvidas e mais associadas ao bom desfecho. No caso de um bebê que nasceu bem, todos os procedimentos (peso, vacina, etc) serão realizados após a primeira hora de vida. Um bebê que nasceu precisando de atendimento médico deve ser primeiro estabilizado e quando estiver estável poderá ir para o colo iniciar a sua hora dourada.

E com vocês, como foi?

Vânia Gato

Pediatra e Neonatologista, idealizadora da Lumos

5 razões para levar sua pediatra no parto:

1- Na consulta pré natal vcs vão discutir o plano de parto e as particularidades da sua família, como vcs desejam que o bb seja recebido. O pediatra conhece vcs e seus desejos.

2- Aquela pessoa está ali só pra vc. Não dividirá seu tempo com outros partos e bebês na UTI. Estará disponível para Golden Hour, amamentação e primeiros cuidados. Se vc tem seu próprio obstetra pq o bebê nao deveria ter uma pessoa cuidando só dele?

3- Caso o seu bb precise de reanimação, será com alguém que você conhece o trabalho e confia nas indicações de cada intervenção. O mesmo serve para indicação de UTI.

4- A mesma pessoa irá ver seu bb no parto e nos dias subsequentes, dando um atendimento contínuo sem que vc precise ficar contando tudo de novo várias vezes. O atendimento de amamentação é feito de maneira transdisciplinar desde o pré-natal. Prevenção e informação reduzem intervenções desnecessárias.

5- A recepção do RN faz parte de uma assistência humanizada para que a experiência seja completa. De nada adianta parir lindamente e o RN não ter um atendimento respeitoso. A equipe sem pediatra próprio fica sob risco de intervenções desnecessárias.

Como foi sua experiência? Levou pediatra ou foi do plantão? Conta pra gente!!